A SEMANA de Palmeiras e Corinthians, Corinthians e Palmeiras é diferente. E com Keirrison e Ronaldo, bota diferente nisso!!! Um megaclássico, dois grandes treinadores (Luxa e Mano), além dos dois "matadores". O primeiro eu também já considero um fenôneno. Treze gols em dez partidas não é para qualquer um. Já Ronaldo, mesmo fora de forma e lento -- como vimos no jogo em Itumbiara ---, ainda é um perigo para a zaga adversária.
VERDÃO E TIMÃO decidiram se unir em um plano de marketing para promover ainda mais o dérby e instituíram o troféu Osvaldo Brandão, ex-técnico das duas equipes. O troféu será transitório. Leva em definitivo o time que vencer o dérbi três vezes consecutivas ou cinco alternadas. O resultado disso será uma megarenda -- perto de R$ 2 milhões. Deste total, 80% ficará com o Palmeiras (mandante da partida) e os outros 20% com o Timão.
PARA QUEM não sabe, Osvaldo Brandão é recordista nos dois mais tradicionais times de São Paulo. Foram 580 partidas no comando do Palmeiras e 438 com o Corinthians. Gaúcho de Taquara, morreu em São Paulo em 1989, aos 72 anos. Ele foi o técnico do time palmeirense conhecido como "a segunda Academia" no início dos anos 70, e também o treinador que comandava o Corinthians no Paulistão de 77, fim de um jejum de 23 anos.
OS DOIS RIVAIS andam lado a lado em suas histórias, dramas e conquistas: um nasceu do outro (o Verdão foi fundado em 1914, quatro anos mais tarde que o Timão, por dissidentes do clube da Zona Leste da capital). Ambos ficaram anos e anos na fila (o Alvinegro 23 anos e o Alviverde 17). O Palmeiras é o time que mais enfrentou o Corinthians, assim como o Corinthians é o time que mais enfrentou o Palmeiras - 326 jogos.
AO LONGO do tempo também se mostraram dois clubes idênticos na forma como são administrados. Quase sempre com a paixão acima da razão. Com muita briga, mas acima de tudo com muito sentimento -- um sentimento louco que, invariavelmente, não dá para explicar. Os dois clubes são, ainda, "protagonistas" de dezenas de filmes ao longo destes quase 100 anos de história.
ME RECORDO de dois no momento: "O Corintiano", de Mazaropi, rodado em 1967, que mostra um fanático torcedor alvinegro e um italiano sangue quente louco pelo Verdão. São como "gato e rato" e se provocam o filme inteiro. E o "Casamento de Romeu e Julieta", de 2005, na qual o namorado corintiano se passa por palmeirense para conquistar a noiva e, principalmente o pai, um palestrino doente.
TODOS SABEM, sou palmeirense. Porém, respeito muito a camisa corintiana. Me lembro de um clássico inesquecível. Em 1989, na estréia do goleiro Velloso no Palmeiras. O público? inacreditáveis 104 mil pagantes no Morumbi. Divididinho; seis "gomos" de arquibancada para cada torcida e não 10% como na atualidade. O jovem Velloso pegou tudo e mais um pouco e o Verdão venceu por 2 a 0 - gols de Neto (aquele mesmo que, depois, seria ídolo no Timão) e Gaúcho.
PARA TERMINAR, mais duas curiosidades: os dois estão localizados em "parques" -- o Antartica e o São Jorge -- e são "ligados" pela estação de metrô: na linha Leste-Oeste ou Corinthians/Itaquera --- Palmeiras/Barra Funda. Ou seja, é o clássico dos clássicos do futebol paulista. Os mais charmoso, o mais disputado, o mais emocionante, o mais histórico. Ambos se respeitam. Frase histórica vem das "alamedas palestrinas", que diz: "O São Paulo é inimigo, o Corinthians é rival". Não precisa dizer mais nada.
Até a próxima,
Erivan Monteiro
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