Se existe uma lembrança viva na memória dos tempos de adolescência é a interação que fazíamos entre rock e futebol. Por coincidência, entre 1985 e 1989 eu um grupo de amigos montamos uma bandinha de rock nacional e autorais, a ‘Feito A Mão’. Participávamos de diversos festivais em Piracicaba e região. A década 1980 foi rica em surgimento de bandas ‘de garagem’ aqui na cidade. De fato, foi um período fervoroso do rock nacional com o aparecimento de ícones desse estilo como a Legião Urbana, RPM, Titãs, Barão Vermelho, Capital Inicial dentre outros. Mas voltando ao assunto inicial, rock e futebol resultava em uma união cheia de adrenalina.
Eu e o Denis Cardoso (que tocava bateria) quando montávamos os ‘timinhos’ e éramos adversários duelávamos de modo cordial, mas sempre aguardando alguma chance de gol para comemorar. O Denis era (e certamente ainda é) fã do AC/DC. Sim, a banda australiana do bom, velho e barulhento heavy metal. Denis jogava no gol. Quando atuava na linha e fazia os seus, saia imitando Angus Young com sua guitarra. Era a maior ‘zoeira’.
Quando ainda tinha meus cabelos, não deixava por menos. Gostava mesmo era de balançar a cabeleira toda molhadas ou sair rodando o braço como fazia o Casagrande, do Corinthians, figura contestadora e também roqueiro da democracia corintiana.
Rock e futebol têm tudo a ver porque como no rock, o futebol exija explosão, força, ritmo forte se o time quiser vencer um jogo ou chegar a um título. Piracicaba vez ou outra tem seus ‘rock&gol’ que reúnem diversas bandas ‘underground’.
Outro amigo que inclusive estamos com novo projeto de banda independente, é o Marcelo Passari. Fã incondicional do Kiss, sempre fazia seus gols e reverenciava a banda americana da hard rock formada em 1973 - assim como o AC/DC. Diferente do Kiss, Marcelo ‘Frangão’ não usava maquiagens para entrar em campo - e em cuspia fogo ou sangue -, mas sempre fazia alusões ao grupo quando marcava seus gols.
A conclusão que eu faço é que o bom e velho rock and roll continua apaixonante. Embora deixei de ouvir com frequencia o Judas Priest, o AC/DC, o Led Zeppelin, o Mortorhead, o Venon...o rock continua no sangue. Pena que o futebol ande atualmente tão desafinado.
José Ricardo Ferreira - Baby
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