terça-feira, 28 de outubro de 2008

E o nosso basquete?

O basquete piracicabano ficará em evidência nos Jogos Abertos do Interior 2008 - de 10 a 23 de novembro em Piracicaba. O time masculino sob o comando do técnico Lauriberto Brocco, o Broca, está otimista. Busca um título que no passado fazia parte de sua trajetória: foi campeão em 1942, 1955, 57, 58, 59, 60, 1961, 62, 63, 66 e 1976.
Um passado de Jogos Abertos que deixou saudades nos mais nostálgicos. Roberto Filetti, presidente da Associação de Basquete XV de Piracicaba, conta que no início dos Jogos, na década 1930, o esporte principal era o basquete.
O time feminino sob o comando da jovem Ana Cristina Cristofoletti também sonha em voltar ao cenário estadual com os Jogos Abertos. O time também fez bonito no passado, vencendo inúmeros JAIs: 1959, 1960, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68; 1982, 86, 90 e 94. Bons tempos.
Mas hoje a realidade é bem diferente. Os dois times padecem de apoio privado. Disputar a Série A1 por parte do time masculino do XV foi uma verdadeira batalha. O time viaja com veículo modelo van. Imagine atletas de 2,13m que é o caso do pivô Jonny? O ala Rodrigo, de 1,92m, se afastou por um período do time em decorrência de fortes dores nas costas em decorrência de precisar viajar "arcado" para os jogos longe de Piracicaba.
Quem imagina, porém, que a Prefeitura de Piracicaba tem a obrigação de bancar as equipes, se engana. O município deve investir na criança e no adolescente no esporte, e com viés social. Equipes de alto rendimento precisam buscar apoio privado. A Prefeitura até que faz a sua parte - em muitos casos com alimentação, transporte etc - , mas os recursos públicos no esporte é para a infância e cuidados com os próprios público.
A questão é que as equipes que desejam voar mais alto não contam com pessoal habilitado para captar recursos. Não basta mais falar em tradição, títulos do passado etc. Marketing esportivo exige argumento, comunicação, mídia, alto rendimento, resultados. Nenhuma empresa investe se não tiver retornos. E se a cidade oferecer incentivo fiscal, melhor.
Em relação ao time feminino, o ano está sendo de ostracismo. Tudo bem que a equipe venceu os Jogos Regionais, mas ainda é muito pouco se comparada ao passado glorioso do time que abrigou craques como Magic Paula. Para o time feminino que está disputando torneios regionais, a dureza da realidade deve estar sendo mais forte. E tudo indica que o futuro será ainda mais silencioso. O time vive o mesmo drama da equipe masculina: dificuldades de obter verbas privadas. E mais, não conta agora com o auxílio AD Unimep.
Com esse cenário, o que resta é continuar torcendo para que os dois times conquistem o ouro nos Jogos Abertos. Quem sabe algum empresário enxergue a possibilidade de veicular a imagem de seus negócios com um time vencedor e o basquete comece a renascer novamente na cidade.


José Ricardo Ferreira - Baby

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