Em meu retorno ao trabalho no JP após 20 dias de férias poderia falar sobre a sensacional goleada do XV na véspera do aniversário de Piracicaba ou ainda sobre a vitória da minha Inter de Limeira sobre o Independente, um 3 a 0 incontestável no derby de domingo de manhã, mas o que presenciei no estádio e mais o que houve no futebol brasileiro neste fim de semana me levam a falar sobre outra coisa.
Já falei em outros posts aqui no De Primeira que sou contra a Copa no Brasil, expondo como principal argumento o fato de acreditar que o Brasil tem outras prioridades, que é um país que precisa vencer, por exemplo, a desigualdade para se pretender ser um país desenvolvido e sediar eventos da magnitude do Mundial.
Os recentes acontecimentos só reforçam minha posição contrária à Copa 2014.
Fato 1
10h05 de domingo, 1º de agosto, estádio Major José Levy Sobrinho, o Limeirão, em Limeira. Em vez de testemunhar a euforia dos torcedores com a bela campanha do Leão, o que vi na entrada do estádio foi uma discussão generalizada de torcedores com policiais militares. Parte da torcida estava inconformada com o fato de crianças menores de seis anos não poderem entrar na praça esportiva, mesmo acompanhada de seus responsáveis.
E ainda querem o torcedor comum de volta aos estádios!!!
Poxa, o domingo estava lindo, o dia ensolarado e perfeito para um programa em família, mas o que os organizadores do jogo fizeram: expulsaram famílias inteiras sob o argumento de que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) proíbe menores de seis anos em jogos de futebol. Nunca vi isso. Quem deveria ser proibido de entrar são os "marginais" organizados.
Tudo bem! Se a lei proíbe, porque a direção da Inter não divulgou na imprensa?
Fato 2
Jogadores do Santos, pela internet, fazem provocações a torcedores e ao Robinho. O tal do Zé Love disse que ninguém sentirá falta do camisa 7 após sua volta à Inglaterra e o goleiro Rafael ofende um torcedor, dizendo que o que gasta com ração para seus cães é mais do que o salário do "miserável".
Atitudes como essas de pessoas ligadas ao futebol são as responsáveis por eu ser contrário à realização do Mundial em nosso país. Mais ainda, são lances como esses e tantos outros (como o Ricardo Teixeira chamar o Muricy sem falar com o Fluminense, por exemplo) e o próprio fato de Teixeira ter fincado raízes no comando do esporte no país que fazem com que nosso futebol esteja tão distante em matéria de negócio em relação à Europa.
Que empresa séria associaria sua imagem a coisas como essa?
Não dá para investir num esporte comandado de forma tão amadora e com tantas falcatruas. É por isso que continuamos perdendo nossos craques muito cedo para o futebol europeu, onde ao menos os torcedores são tratados com mais respeito. (Rodrigo Guidi)
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