Chega a Copa do Mundo e não são raras as vezes que alguém chega do nada e diz: “Pô, brasileiro só gosta de festa, futebol, carnaval...olha como tá esse país!”
Calma. Calma. Bota a focinheira, baixa a bola, se acalme. Brasileiro trabalha pra caramba e ama sim o futebol. É nosso direito. É como achar feio pobre beber aguardente e achar culto rico beber uísque. Ora, só porque é pobre não pode se divertir?
Então, vamos sim curtir a vida e torcer pra seleção (eu torço pra essas seleções brasileiras com muiiita parcimônia, confesso). É muito gostoso reunir a família e os amigos e vibrar com o futebol, não é?
Mas festa é festa. Não vamos nos esquecer dos nossos problemas. Do bairro cheio de buracos no asfalto, da educação precária nas escolas públicas (somos o 88º em qualidade de ensino no mundo — atrás de países como o Paraguai e Equador, segundo a Unesco), da criminalidade crescente nas ruas e da corrupção crescente dentro das esferas políticas (imagine que tem político que disputa quem leva mais e fica impune nesse país).
Claro que não vamos nos esquecer que esse ano tem eleição e será a grande oportunidade de tirarmos do poder algumas “raposas” (com todo respeito a esse animal) que vivem roubando dinheiro público que serve pra melhorar o SUS ou nosso transporte e comprando sítios, fazendas e jatinhos.
Então, vamos sim torcer, comer churrasco, beber cerveja (mas não dirija depois) ao mesmo tempo que sabemos muito bem que, enquanto a bola rola na África do Sul, tem muita gente ruim fazendo desse país um verdadeiro lamaçal. (Ricardo Baby Ferreira)
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