A Nike que me perdoe por usar seu slogan, mas estava cansado para criar uma frase que represente fielmente o que é a atual Seleção Brasileira, montada pelo criticado professor Dunga.
Na minha opinião, as críticas não tem respaldo algum. Dunga, desde que assumiu a seleção canarinho, moldou o time à sua imagem e semelhança, e qualquer comparação com a equipe de 94 não é mera coincidência. Dunga segue sua coerência. Se Ronaldo não vai porque está gordo, Adriano também não. Se o povo quer um time para ganhar a Copa nesse ano, Neymar e Ganso não vão para serem “testados” e “preparados” para 2014. Mas isso é outra história. Não cabe a mim apontar os erros e acertos da lista do treinador. O que irei falar é sobre a forma de Dunga trabalhar à frente da mais temida e vencedora seleção do mundo.
Com Dunga não tem meio termo: ou você treina ou você não treina. O técnico mantém pulso forte, como um autêntico capitão, e ganhou a confiança dos jogadores apesar de não querer agradá-los à la Maradona. O ex-jogador convocou 23 jogadores e os transformou em 23 Dunguinhas. Um grupo que treina fortemente, na velha máxima: treino é jogo e jogo é guerra. Em poucos jogos eu vi os jogadores brasileiros dando risada. Todos estão extremamente concentrados, e isso é o correto. O maior espelho disso é o atual capitão canarinho, Lúcio. Quem já viu o zagueiro brincando ou dando risadas à toa?
Outro jogador que expressa esse sentimento é Júlio César, o Grande. O goleiro, considerado por muitos o melhor do mundo, foi liberado para se apresentar diretamente na África do Sul, tendo três dias de folga a seu dispor. Porém, preferiu encontrar o resto da tropa ainda em Curitiba. Isso é ou não digno de ser aplaudido por todos? Mas isso seria o quê, pura e simplesmente vontade do jogador de deixar sua família de lado e ir logo para a concentração ou reflexo do modo Dunga de ser? Eis a questão.
Muitos podem critica-lo por ter tirado o real espirito brasileiro, cheio de ginga, sorrisos e jogando para o público. Porém, o futebol evoluiu, e essa mudança foi necessária para manter a seleção vencedora no topo do mundo. Melhor 23 Dungas, carrancudos, concentrados e prontos para ganhar o Mundial, do que 23 palhaços de circo, apenas esperando aplausos para suas peripécias.
Dunga vetou quase tudo que poderia ser prejudicial para o elenco (acho que o treinador poderia ter barrado o twitter — nota: Kaká usa diariamente o microblog). Sexo, chocolate e diversão em excesso só nas folgas. Fez certo. Jogador não pode se dar ao luxo de pisar em uma lâmpada e queimar o pé enquanto brinca de pega-pega no jardim (né, Adriano Imperador?). Ou então sair para a farra e esquecer do Mundial. Isso para Dunga é inadmissível, e os jogadores já entenderam claramente as ordens do professor. A redoma criada por Dunga serve, também, para evitar um dejà vú de 2006, quando o time, descompromissado, não passou das quartas-de-finais do Mundial.
Com esse jeito Dunga de ser ele montou, no meu modo de ver, o melhor e mais competitivo time titular do mundo. Basta analisar os resultados e competições dos últimos três anos. Se vai ganhar a Copa é outra história. Inglaterra, Espanha e Argentina chegam tão fortes quanto a “nossa” seleção, além das tradicionais Itália e Alemanha e a incógnita que é Portugal.
No mais, é torcer, mais uma vez, para o caneco ser levantado por Lúcio, Dunga e cia! (Lucas Fontes)
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