Os torcedores do São Paulo ficaram mal-acostumados com os títulos conquistados pelo clube do Morumbi, principalmente nas últimas décadas.
Ano sim, ano não (às vezes ano também) os tricolores comemoram títulos e ultimamente andam mais exigentes, desprezando campeonatos (nada interessantes) como o Paulista, por exemplo.
O clube mais vencedor do país (que não tem apenas o título da Copa do Brasil) viveu um período de limbo entre 1994 e 2004.
Não sei dizer as razões que levaram a geração que teve nomes como Kaká e Luís Fabiano, mas também teve comédias como Rogério Pinheiro, Bordon, Júlio Santos, Carlos Miguel e Sierra a levar a pecha de "maldita".
O óbvio foi a ausência de conquistas importantes. Mas não consigo achar outra explicação a não ser a incompetência da diretoria e a mudança de fase entre os cardeais do Morumbi após a gestão de José Eduardo Mesquita Pimenta, o presidente bi-campeão do mundo na era Telê.
Naquele limbo, se destacaram negativamente José Augusto Bastos Neto e Fernando Casal de Rey. O primeiro ainda tinha a desculpa da reforma do Morumbi e a colocação dos amortecedores que custaram caro ao clube e ao seu futebol.
Após a terceira conquista da Libertadores e Mundial e o tri-hexa brasileiro, o cenário que se avizinha é, no mínimo, parecido com aquela fase. É triste como torcedor constatar isso, mas os fatos recentes reforçam minha tese.
A opção por Ricardo Gomes no ano passado, mais do que uma aposta da diretoria soa como uma economia, mas o mais grave são as contratações esdrúxulas e a falta de planejamento que norteiam a atual direção do São Paulo.
A obsessão de Juvenal Juvêncio em sediar a abertura da Copa 2014 pode transformá-lo em um presidente ainda pior do que Bastos Neto e de Rey. Junte-se a isso a incompetência de Leco e Marco Aurélio Cunha, que falam demais e, na maioria, só besteiras.
O Departamento de Futebol do São Paulo está parecendo mais a Casa da Mãe Joana, o que pode ser comprovado não apenas pelo pífio desempenho dos profissionais nos últimos meses, mas em situações como a falta de revelações, os litígios de alguns garotos da base e a falta de coragem dos dirigentes em ousar.
Será que os torcedores estão dispostos a pagar um preço tão alto (ausência de títulos, ridicularização dos rivais e perda do prestígio internacional do clube) em função da Copa?
Será que vale à pena esse sacrifício para que o Morumbi seja completamente reformado e ganhe cobertura e estrutura para se tornar uma arena multiuso que irá gerar receitas ao clube?
Não é só isso que fará que com que projetos como o Batismo Tricolor tenham sucesso. O torcedor é irracional, passional e vive de títulos, ainda mais o são-paulino. Sofrer com falta de títulos, gestões incompetentes e gozação de rivais não são coisas que estão no perfil dos tricolores
Os torcedores também não invadem o CT para cobrar atitude de jogador e comissão técnica. Isso cabe à diretoria do clube, mas pelo que temos visto, a coisa está longe de acontecer e os tricolores terão que se acostumar com uma nova Era de Limbo para os lados do Morumbi.
Até a próxima!
Rodrigo Guidi
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