
Primeiro foi o volante Rodrigo Souto, que classificou as cobranças acerca do pragmático futebol do São Paulo em 2010 como exageradas e atribuiu a culpa delas ao vistoso jogo dos Meninos da Vila. Agora é a vez de Mano Menezes culpar o alvinegro praiano pelas cobranças ao igualmente pragmático futebol apresentado pelo seu time, o Corinthians, nesta temporada.
Infelizmente, tudo o que foge à regra é criticado, em qualquer área. Esse futebol enfadonho que testemunhamos já há alguns anos é o padrão hoje e foi referendado com a conquista da última Copa pela Itália, que jogou um futebol de resultados.
Defensores do mesmo futebol de resultados torcem o nariz para a o time brasileiro de 82, pois o mesmo perdeu a Copa. E daí? De lá pra cá, com quase 37 anos não vi ninguém jogar tão bonito e hoje tenho prazer em assistir aos jogos de duas equipes: O Santos de Ganso, André, Neymar, Robinho e cia. e o Barcelona de Lionel Messi.
Como são-paulino, deveria exaltar o futebol de resultados, que trouxe três títulos nacionais ao clube nas últimas quatro temporadas, mas me recuso. Prefiro as molecagens do Santos e a magia do futebol do argentino.
Mesmo pragmático, o São Paulo de Ricardo Gomes melhorou em relação ao de Muricy, abandonando aos poucos o chuveirinho na área para tentar tabelas e jogadas de infiltração. Isso pode ser confirmado pelo jeito que os gols estão sendo marcados este ano e pelo número de pênaltis anotados em favor da equipe do Morumbi (juízes dificilmente marcam falta em lances em que a bola chega à area pelo alto).
Se o Santos será ou não campeão de alguma competição este ano é, para mim, o que menos importa. O que quero quando ligo a TV é ver esse futebol alegre, moleque e abusado e lembrar, um pouco que seja das jogadas construídas há 28 anos por Zico, Falcão, Júnior, Cerezo e cia.
Quero me lembrar no futuro de partidas memoráveis desse Santos, como me lembro até hoje dos 3 a 1 do Brasil contra a Argentina em 82, na Espanha.
Até a próxima!
Rodrigo Guidi
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