Artigo raro

Hoje em dia, uma das coisas mais comentadas no mundo do futebol, principalmente no brasileiro, é a carência do meia. Aquele jogador talentoso, que vestia a camisa 8 ou 10, destro ou canhoto, capaz de levar o time ao ataque, com lançamentos cirúrgicos ou descidas verticais. Ou ainda aquele cara capaz de cadenciar o jogo e segurar o time adversário sem colocar o seu na retranca. Enfim, o cérebro do time.
Craques como Zico, Zidane, Pita, Raí, Platini e tantos outros são artigos de luxo no futebol mundial. Para se ter uma idéia, no Brasileirão 2008, apenas Conca poderia ser alçado a essa posição, enquanto que o Timão, na Série B, tinha os serviços de Douglas.
Uma interessante reportagem feita pela TV Bandeirantes na semana passada tentou desvendar a carência de talentos do nosso futebol.
Entrevistando treinadores consagrados e da base, a matéria tentou explicar a razão pela qual o meia virou artigo raro nos gramados atualmente. A matéria mostrou os vetos de Muricy e Luxemburgo nas categorias de base de suas equipes. Os comandantes proibíram esquemas táticos no 3-5-2 para as equipes menores, justificando que a colocação de mais um zagueiro pode tolhir o talento do meio-campo.
Outro detalhe abordado na matéria foi a transformação do futebol em esporte de alto rendimento. Para jogar bem hoje em dia, só o talento não basta. O jogador tem que ser cada vez mais atleta, estar fisicamente bem preparado e cuidar do corpo. (Ronaldo é prova disso. Um talento excepcional que sofre com o excesso de peso e a realidade atual do esporte).
No sábado estive em Rio Claro para ver o São Paulo na Copa de Júniores e me animei em ver Oscar jogando. Mesmo com a forte e eficiente marcação do meio-de-campo e da zaga rioclarense, o jovem meia conseguiu mostrar sua habilidade e talento, com lances de efeitos e em busca do gol.
Apesar do bonito futebol, me preocupou o físico de Oscar. Franzino, ele parece ser frágil para enfrentar zagueiros e volantes cada vez mais fortes e preparados fisicamente. Inegável o talento do garoto, mas será que um eventual trabalho de reforço muscular não irá alterar sua capacidade de jogo?

É esperar para ver!


Até a próxima!


Rodrigo Guidi