Fim de papo

Não é ufanismo afirmar que o São Paulo é hexacampeão brasileiro. Tá certo que ainda faltam dois jogos e a equipe precisa de mais dois pontos. Tá certo que o próximo adversário é o Fluminense, algoz tricolor na temporada e que Washington demonstra uma vontade sem precedentes em colocar água no chopp da torcida. Mas alguém aí duvida que com o Morumbi lotado a equipe não vença o Fluminense depois de amanhã? Ou ainda que o São Paulo não consiga os resultados que precisa em duas rodadas?

Para mim, a conquista do clube coloca um ponto final numa questão levantada no ano passado. Que encheu a mídia (e o saco) durante boa parte de dezembro e janeiro. A polêmica posse definitiva da taça de bolinhas do Brasileirão.

Criada para ser entregue ao clube que conquistasse o campeonato por cinco vezes de forma alternada ou três consecutivas (o que acontecesse primeiro), a taça não foi entregue ao Flamengo em 1992 simplesmente porque a CBF não reconhece o título de 1987. Para a entidade o campeão é o Sport Recife (é só entrar em http://www.cbf.com.br/seriea/ e procurar a lista de campeões).

O rubro-negro pernambucano venceu o Guarani no módulo amarelo da Copa União e o Flamengo, campeão do módulo verde, se recusou a jogar contra o Sport para definição do campeão. A CBF então proclamou os pernambucanos como campeões e os cariocas passaram a se auto-declarar tetra.

Com o penta conquistado pelo São Paulo no ano passado, surgiu a questão da taça de bolinhas e o clube do Morumbi reivindicou o caneco, já que pela própria CBF foi o primeiro pentacampeão nacional.

Ricardo Teixeira, fazendo média com o clube carioca não se posicionou e a taça permanece guardada no cofre de um banco. Agora, com a conquista do hexa pelo São Paulo e o terceiro título consecutivo, não há mais desculpas.

Pelo bem do futebol, a CBF deve entregar o troféu ao São Paulo e encerrar a polêmica. Independente de eu ser são-paulino, o que faria se estivesse no lugar de Teixeira é levar as duas taças (a que é entregue a cada ano e a de bolinhas) para o Morumbi, depois de amanhã, e caso o São Paulo vença o Fluminense, entregaria ambos os troféus.

Aliás, se estivesse no lugar do presidente da CBF, já teria entregue a taça de bolinhas no ano passado. O troféu é sim do São Paulo, o maior vencedor de campeonatos nacionais até aqui.

Até a próxima!

Rodrigo Guidi