quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

É preciso melhorar a comunicação

O que tenho notado do público esportista de Piracicaba é uma falha que podemos considerar fatal: não saber se comunicar. Pode-se até dizer que um técnico, dirigente ou atleta não têm a obrigação de se comunicar com clareza ou aptidão, mas em tempos de internet não é possível imaginar tamanha ineficiência.
Claro que papel de jornalista é correr atrás da informação. Mas é utópico imaginar que os jornais têm habilidade para cobrir tudo e em todos os momentos. Por causa disso é importante saber usar ferramentas para se comunicar melhor e ser compreendido.
Vou dar alguns exemplos. É flagrante técnicos que conseguem avisar a imprensa 24 horas antes de um campeonato. Ora, o ideal é com pelo menos três dias de antecedência. Se o editor atestar a importância do evento é certo que a notícia sairá, no mínimo, duas vezes antes da competição.
Outra falha dos menos aptos a se comunicar com clareza é fazer o maior oba-oba da equipe ou atleta antes da competição. Tudo bem. Isso faz parte do marketing esportivo. Mas se o atleta não conseguir o resultado esperado, a regra é sumir. Quem perde é o público leitor ou praticante da modalidade que fica sem saber o que aconteceu. Isso porque se o repórter perde a fonte de vista, precisa correr atrás de outras notícias.
Outra dificuldade é em relação aos acontecimentos. Uma coletiva, por exemplo, deve ser avisada no mínimo com 24 horas de antecedência. Pouco resultado será conseguido se dirigentes ou técnicos ligarem 15 minutos antes para uma redação avisando que haverá uma coletiva. O personagem envolvido terá que ter uma boa história para contar ou ser uma estrela do esporte. Que repórter não deixaria tudo de nada, em cima da hora, para entrevistar um Muricy Ramalho, um Oscar, um Ronaldo Fenômeno?
Achar que só porque conhece Fulano de Tal dentro de um jornal significa ser fonte de notícias, também é um engano. As matérias por "procuração" são abomináveis. Podem até ter algum efeito na primeira vez, mas depois a fonte vai caindo naturalmente em descrédito diante do repórter e o final é fatídico: pouco espaço e pouca atenção. O importante é a própria fonte se valorizar. Ligar para o repórter, sugerir a pauta e criar um elo de informações.
Uma das funções do jornal é atender a comunidade local. Não importa se o corredor foi o primeiro colocado ou foi mal na prova; se o nadador conseguiu ou não um bom tempo; se o time da cidade ganhou ou não o título. O importante é informar e, se o atleta ou equipe levantarem algum título, melhor para todos.
Há outros diversos tropeços de comunicação e informação de atletas, dirigentes e técnicos. Claro que repórteres também cometem gafes imperdoáveis. Mas é melhor intensificar e qualificar esse elo comunicativo. Afinal, que empresa vai querer patrocinar um time se os dirigentes ou técnicos não saber expor a marca do patrocinador na mídia?



José Ricardo Ferreira - Baby

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