Alguns fatos banais, como um acidente doméstico, a aquisição de um animal de estimação ou algo do gênero, se tornam verdadeiras calamidades quando são realizados por celebridades.
A simples esbarrada com o carro em uma escada, derrubando um eletricista, colocou Edmundo no centro das atenções e transformou mais uma vez o atacante em vidraça e vilão.
Foi só um acidente, mas jornais, sites, emissoras de rádio e TV trataram logo de lembrar que o Animal voltou há dirigir apenas há quatro meses porque foi pego dirigindo alcoolizado em 2005. Lembraram também de seu acidente que matou uma pessoa no Rio de Janeiro.
Edmundo foi o primeiro a descer do carro e prestar auxílio ao eletricista, ajudando a carregar a maca até a ambulância. Hoje, após a estúpida repercussão na mídia, o atacante saiu irritado do treino do Vasco e o que noticiaram: Edmundo sai do treino em alta velocidade e de forma imprudente.
Às vezes sinto vergonha de ser jornalista, exatamente pelo tipo de jornalismo praticado por algumas pessoas. Ninguém está analisando a situação do Vasco no campeonato, por que o time corre o risco de cair mesmo após Roberto Dinamite ter assumido a presidência, enfim, assuntos que deveriam interessar mais aos torcedores.
Porém, a postura da mídia e a ansiedade de se vender jornal faz com que crucifiquem Edmundo, mais uma vez. Não estou defendendo o craque e tenho certeza de que ele é o maior prejudicado com suas besteiras, mas daí a explorar algo como esse, tenham paciência!
Edmundo errou muito dentro de campo. Errou ao rebolar em frente ao zagueiro Gonçalves e nas suas muitas expulsões, como aquele soco contra o lateral esquerdo André Luiz, do São Paulo, mas repito: Foi ele o maior prejudicado por seu temperamento.
Deixem o cara em paz. Ele foi um grande jogador e só não foi maior por sua própria culpa!
Se fosse algum atleta com cara e fama de bom moço, como Hernanes, Zico ou o próprio Dinamite, a esbarrada na escada passaria quase despercebida. Pelo menos não seria motivo para manchetes esportivas.
Mas como se trata de Edmundo, que é uma caixa de ressonância, o incidente se transformou no assunto dos últimos dois dias no meio esportivo.
Desafio os colegas jornalistas esportivos dos grandes centros a tratarem da mesma forma os desmandos e devaneios de pessoas como Ricardo Teixeira, presidente da CBF e Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB. Mas isso, ora, isso não vende jornal!
Até a próxima!
Rodrigo Guidi
Um comentário:
Legal o post! Ainda mais por propor uma auto-crítica a alguns jornalistas.
Realmente, muitos exageram...
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