O diretor de futebol do XV de Piracicaba foi bastante claro ontem, durante entrevista ao JP. Disse ele que no futebol não existe hora para demitir ou contratar. Do dia para a noite o clube poderá amanhecer sem aquele atleta badalado ou técnico linha-dura. O que não dá para entender é o que leva uma diretoria a dispensar um treinador após os 90 minutos de um primeiro jogo da temporada. Betão não devia provas a ninguém em termos de resultados. Salvo engano foram 20 vitórias, dez empates e apenas quatro derrotas na Copa Paulista. A ausência do título foi uma obra das circunstâncias do futebol. Tudo bem, faltou um pouco de malícia naquela decisão em novembro de 2008, mas até os gandulas "pisaram na bola".
Bom, quem cuida do time é a diretoria. Nós da imprensa noticiamos o que acontece, procurando se aproximar de algumas verdades. Bonfiglio também foi bastante objetivo ontem (veja a reportagem no JP de hoje) em relação ao futuro próximo. Perguntado porque não dera uma chance para Betão mostrar serviço no estadual da A3, o diretor explicou que fez isso para evitar o pior. Imagine, disse, o XV perdendo quatro, cinco partidas? Traduzindo: a diretoria achou que cortando "um mal" pela raiz estará a salva do inferno ou, no mínimo, do purgatório.
Betão é um profissional exemplar. Sempre atendeu com atenção e respeito todos da imprensa piracicabana e da região. Diferente de um outro profissional que passou pelo XV, em anos anteriores, que era extremamente mal-educado com o pessoal da imprensa e tentava ser um "garanhão" com as jornalistas que buscavam informações do XV. O que se sabe é que ele nunca conseguiu convencê-las com seus galanteios arcaicos.
Bom, voltando ao futebol, Betão sai pelas portas da frente do XV. A torcida sentiu - o JP recebeu inúmeras ligações lamentando a dispensa do simpático Betão -, e a expectativa é que o time melhore em todos os aspectos porque no jogo de estréia não mostrou o que é capaz. Dia desses, Betão sussurrou a esse repórter: "O futebol vive de resultados. Se o técnico não ganhar, é o primeiro a ser mandado embora". Betão, pelo visto, bem teve tempo de perder ou ganhar. Sua dispensa, pelo menos, não foi por telefone.
Para concluir: ontem à tarde, Betão ligou a esse repórter e despejou lamentações em relação às informações desse blog em relação ao texto de sábado, que antecipou sua dispensa. As informações ali contidas são resultado do que chamamos de "faro jornalístico". Qualquer repórter, por mais medíocre que seja, um dia na vida consegue se antecipar. No meu caso, o esforço no dia-a-dia é ser o mais fiel possível aos acontecimentos. No caso do blog, a sugestão foi passar a possibilidade da dispensa baseada em relatos do dia-a-dia de inúmeros personagens do XV. Em momento nenhum coloquei "da boca" de Betão alguma afirmação. Só desejo boa sorte ao bom caráter e profissional Carlos Alberto Soave, um caipira, que como eu, ficou um bom tempo fora de "Pira" e que voltou. No caso dele, tá de saída novamente e, quem sabe, para uma melhor.
José Ricardo Ferreira - Baby
2 comentários:
Gostaria de expressar aqui a minha idéia. Eu acho que o jornalista (Baby) e o técnico (Betão) desempenharam, e muito bem, seus respectivos papéis. O repórter foi felicíssimo na antecipação da notícia, com um feeling raro aos profissionais atuais. Já o técnico mostrou-se muito competente na Copa Paulista. Quem realmente pisou na bola foi a diretoria, infeliz na atitude de demitir Betão e mais infeliz ainda em se manifestar contrária a publicação da opinião de um jornalista sério e capaz. Parabéns, Baby. Valeu Betão. Deus acompanhe os dois.
A diretoria sabe o que faz. Eu de minha parte, gostaria que o Betão pudesse ficar mais um pouco. Enfim, que o Emerson possa fazer um ótimo trabalho e ajude o time a chegar na A2.
E aproveitando, tem uma charge sobre a queda do Betão no Cáxara.
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