quinta-feira, 30 de outubro de 2008

NÃO SE FAZ MAIS CAMPEÕES COMO ANTIGAMENTE

Todos nós temos um time de coração. Sou Palmeiras e meus amigos de redação (e de blog) são corintiano (Ricardo "Baby") e são-paulino (Rodrigo Guidi). Mas, também, geralmente nós ‘cultuamos’ esportistas que conquistam o mundo de forma individual. Podemos citar vários exemplos, como os campeões olímpicos Maurren Maggi e César Cielo ou Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros.
Eu aprendi admirar a muitos brasileiros que — através do talento no esporte — nos deixaram mais felizes. Lembro-me muito bem que chorei de emoção ao ver Aurélio Miguel conquistar o ouro olímpico em Seul (1988). Também fiquei quase sem voz ao vibrar com o ouro de Joaquim Cruz nos 800 m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984). Antes disso, porém, precisamente em 1980 (quando eu tinha apenas sete anos de idade) já ficava encantado com um outro brasileiro. Este se destacava nas pistas de todo o mundo.
Que me desculpem os fãs de Ayrton Senna (diga-se de passagem outro gênio da pilotagem), mas, para mim, nada é comparável ao tricampeão Nelson Piquet quando o assunto é corrida de automóvel. Arrojado e "bom arrumador de carros", o carioca radicado em Brasília foi tricampeão mundial de Fórmula 1 num tempo em que todas as equipes disputavam os GPs em boas condições de vitória — ou seja, não havia uma superioridade marcante como se vê hoje, quando temos somente McLaren e Ferrari na luta pelo pódio. Naquela época, nos anos 70 e 80, por conta desse equilíbrio entre as escuderias, só se destacavam os pilotos "fora de série".
Ontem, Piquet completou o 21º ano de seu último título mundial. No dia 29 de outubro de 1987, Piquet conquistava o tricampeonato de Fórmula 1 após o acidente de Nigel Mansell, seu companheiro na Williams, durante os treinos para o GP do Japão. Mansell, que era o único que poderia tirar o título do brasileiro, não correu em Suzuka e a taça veio novamente para o Brasil faltando ainda a prova final em Adelaide, na Austrália.
Aquele ano foi marcante para o brasileiro. As Williams dominaram a temporada; Piquet disputou o título com o inglês "ponto a ponto e corrida a corrida"; e ainda teve de superar um terrível trauma: sofreu um grave acidente logo no início do ano, em um teste no circuito de Imola, na mesma curva Tamburello que se tornaria famosa pela morte de Ayrton Senna. "Depois desse acidente, minha visão nunca mais foi a mesma, e eu perdi uma parte da noção de profundidade", declarou, vários anos depois, o pai de Nelsinho Piquet, atual piloto da Renault.
A obra de "Nelsão" ninguém pode contestar. Dentro e fora das pistas, sempre foi competente e original. Em 1974, quando foi inaugurado o autódromo de Brasília, designaram um garoto para limpar o capacete de Carlos Reutmann. Quando o garoto lhe entregou o capacete, Reutmann olhou para o capacete e disse: "Garoto você não serve nem para limpar meu capacete". Em 1981, após Piquet ganhar o seu primeiro campeonato mundial em cima de Carlos Reutmann, vem o troco: "Para limpar seu capacete eu não sirvo, mas talvez você possa limpar o meu que é de campeão mundial". Ele nasceu para brilhar num carro de F-1. Não é à toa que ele disse certa vez: "O meu sangue tem mais gasolina do que hemoglobina". Talvez seja verdade....
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NA BUSCA DO IMPOSSÍVEL - Para terminar, já que estamos falando em Fórmula 1, vamos torcer pelo "milagre" domingo, no Autódromo de Interlagos, para que o título de 2008 fique no Brasil. Felipe Massa — que está sete pontos atrás de Hamilton (94 a 87) — precisará de competência e sorte para repetir as façanhas de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Será que dá. Domingo à tarde teremos a resposta.......


Até a próxima

Erivan Monteiro

Um comentário:

Anônimo disse...

E preciso que se saiba que hoje os carros de F1 so faltam falar, portanto nao prcisamos mais dos genios para dirigi-los,basta ter um pouco de ousadia e equilibrio emocional.

Helio Vilani
Assessor Parlamentar